quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Retiro-te e te guardo.

*

Retiro-te dos meus baús
Em que guardo os sonhos
De reencontros perfeitos
Em que nuances do teu cabelo
Se me colam ao peito
Em que a tua boca
Cala os meus gritos
Que as tuas mãos provocam

Retiro-te do mais belo
Compartimento de mim
Trato-te como rainha de meu castelo
Amo-te como escrava exagerada
Bebo em gotas lentas
O teu retorno de luz
Sorrio e verto lágrimas
Da perplexidade que é abraçar-te
Um abraço primeiro
Selado na eternidade do incompreensível

Retiro-te
E mal trato-me com a dor da ilusão
Roubo ao passado
O odor dum corpo
Pelo qual o meu morreria
Pinto no futuro realidades impossíveis
Rasgo-te da fotografia minha
E escrevo linhas em que me queres.
Gemo com a boca quente
No pescoço gelado da tua ausência
Digo palavras de amor
Num olhar em silêncio
Que bem me sabe
Para pedir perdão dos erros passados
Afivelo-te em torno do meu corpo
Que emagrece para que lhe juntes
Mais e mais

Retiro-te para te chorar
E voltar a embrulhar-te em papel de veludo
Embalsamando-te junto com o meu amor

Retiro-te, para te voltar a guardar

(desconheço a autoria)
(gostaria que tivesse sido minha)

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