sábado, 17 de dezembro de 2011

Nossos olhos irão conversar.

Já aconteceu muito comigo e deve ter acontecido contigo também.  Formamos uma imagem da pessoa com quem estamos mantendo um relacionamento e,  até já foi mais difícil porque antes, tínhamos a disposição, muitas vezes só o telefone. Conversávamos com pessoas sem as conhecê-las pessoalmente e, apenas pelo som da voz, criávamos nós mesmos um perfil daquela pessoa. - “Essa pessoa tem uma voz calma, doce, tranqüila... deve ser uma pessoa legal e muitas vezes apenas pela voz, achávamos que a pessoa poderia ser bonita, que deveria se vestir bem, ser uma pessoa confiável”.
Assim, muitas decepções aconteceram.
Hoje em dia, com as redes sociais a disposição, meio pelo qual nos conhecemos, temos um conhecimento prévio de uma pessoa mesmo ainda não tendo havido contato algum. Estão postadas fotos, idades, gostos, onde trabalham, endereços eletrônicos e até algumas informações indiscretas e que deveriam ser sigilosas e particulares.
Mesmo com tantos recursos, não há garantias de que esse perfil, tão espontaneamente exposto, seja verdadeiro. As pessoas podem colocar qualquer informação; podem mentir sobre: idade, gostos, profissões, endereços, particularidades. Até sua foto, que deveria ser recente e trocada periodicamente, para que se pudesse identificar fielmente a pessoa, não é feito. Às vezes, a foto nem é da pessoa.
O que dá um alento a um relacionamento como o nosso, é que estamos intercalando contatos.
Desde o inicial e virtual contato, com os contatos telefônicos que estamos mantendo e que são, a meu ver, os melhores e mais produtivos. Aqueles em que nos dizemos coisas sem pensar e onde nos mostramos mais,...estes são os mais confiáveis. É a conversa em tempo real, que não permite pesquisa de frases bonitas, textos e palavras até de outra pessoa para expressar o que realmente “nós” estamos sentindo e querendo dizer.
Mas... ainda não é o ideal.
O contato bom é aquele que começa com a visão. Ver a pessoa se aproximando, tentar adivinhar o que ela também está sentindo...ter que descobrir isso na hora e saber se abraça, ...claro, que tem que abraçar. Apertado ou não?  Apertado,... sempre. Com a força do abraço queremos dizer o quanto gostamos.  Beijo? Claro, tem que ter beijo. Mas que tipo de beijo: um beijo, dois beijos, três...prá casar? Na testa, no rosto, nas mãos? Seja como for, do abraço e do beijo, pelo menos eu, não abro mão.
A partir daí, os olhares serão mais importantes.
Tudo o que nos dissermos, poderá ser lido através de nossos olhos e procurado lá,...lá bem dentro, para sabermos se realmente é verdadeiro. O olhar pode não falar mais que nossas bocas, mas o olhar só diz verdades.
Vou esperar para ver meus olhos falando com os teus.

(Eliomar de Oliveira)

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